"Quando a carne de Adão,
Quando o osso de Adão,
Em Cair Paravel,
No trono sentar,
Então há de chegar
Ao fim a aflição”
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, pág. 138
“Há muitos anos ela procura vocês, sem parar; e se soubesse que vocês são quatro, seria então muito mais perigosa.
- Mas que tem isso de especial? – perguntou Pedro.
- É que existe uma outra profecia. Lá embaixo, em Cair Parável, nos castelo que dá para o mar,junto da foz do rio, e que devia ser a capital se tudo corresse como devia… Lá, em Cair Parável, há quatro tronos. Uma velhíssima tradição de Nárnia já anunciava que, quando dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva se sentarem nos quatro tronos, então será o fim, não só do reinado da feiticeira, mas da própria feiticeira.”
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, pág. 139
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No primeiro livro da série, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, Lewis nos mostra um mundo mágico: Nárnia.
Um mundo mágico, porém, dominado por uma terrível feiticeira, a Feiticeira Branca, a qual sujeitou Nárnia a um inverno terrível e sem Natal por cem anos.
Viviam em Nárnia, animais falantes e seres mitológicos, porém nenhum humano.
Quando uma garotinha, Lúcia, descobre Nárnia dentro de um guarda-roupa, e posteriormente, leva seus irmãos até lá, os quatro irmãos descobrem que há uma profecia em Nárnia, anunciando a chegada de dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva, que salvariam Nárnia do domínio da feiticeira e trariam paz ao lugar.
Somente dois meninos e duas meninas seriam capaz de salvar o mundo mágico. Podemos compreender com estes trechos a respeito da profecia, que os humanos em Nárnia, significavam uma coisa: esperança.
Ao longo da narrativa desta crônica, os quatro irmãos juntamente com Aslam, conseguem vencer o poder de Jadis, e assim, cumprir o que dizia a profecia.
Analogamente, Lewis escreveu O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, comparando-o o tempo todo com a Bíblia. O próprio sacrifício do Leão, na Mesa de Pedra, análoga o sacrifício de Cristo no Calvário.
Estranhamente, os humanos em Nárnia são chamados “Filhos de Adão” os homens, e “Filhas de Eva” as mulheres. Isso nos remete à criação do mundo, na qual Adão e Eva foram os primeiros seres humanos a existir.
Lewis usa, portanto, este termo, para ao mesmo tempo distinguir um ser humano, e remeter à analogia bíblica da criação, o que nos aproxima de Deus, em Nárnia.
A chegada dos humanos em Nárnia, representa a esperança e o fato de que Nárnia não ficaria “a Deus dará”.
O encanto contido no primeiro livro publicado da saga, nos transmite o encanto do poder de uma profecia. Nos remetemos também ao fato de que “nada é por acaso”, tudo já estava predestinado.
Lúcia, Susana, Pedro e Edmundo seriam reis e rainhas em Cair Paravel, o castelo dos quatro tronos, e reinariam por muitos anos, o que de fato aconteceu, sendo conhecido este fato como a “Idade do Ouro” de Nárnia.
Em meio a uma época difícil e praticamente sem esperanção, os narnianos eram confortados pela tal “antiga tradição” que falava de seus reis e rainhas.
Podemos aprender com isso, a intensa fé que os narnianos tinham dentro de si! Acreditavam com todas as forças, que Aslam não os deixaria e que quatro humanos salvariam sua terra.
A esperança que os quatro Pevensie trouxeram à Nárnia, só reforçou ainda mais, a fé onipresente dos narnianos.
Quando pensamos em duvidar ou pestanejar na fé, lembremo-nos sempre dos narnianos que viveram na época antes da chegada de Lúcia, Pedro, Susana e Edmundo, que sempre mantiveram sua fé e manteram-se fortes na esperança de que um dia, “há de chegar ao fim, a aflição”.
Os narnianos tinham dentro de si, uma essência tal, que nem mesmo um feitiço de cem anos, era capaz de destruir. Que nossa fé seja também, indestrutível e duradoura!
Que seu coração esteja sempre voltado para o Leste!
(Bruna Amorim - O País de Aslam: A Mensagem do Grande Leão)
Por Nárnia e Por Aslam!
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