quinta-feira, 31 de março de 2011

À Sombra do Altíssimo - Pra. Ezenete Rodrigues

 

“Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.” (Sl 91:9)

Você já parou para pensar como é forte essa proclamação?
Muitas pessoas procuram lugares seguros para morar, onde estejam protegidos de assaltos, de enchentes e de outros perigos.
Vemos também pessoas que constroem verdadeiras fortalezas com grades, câmaras, vigias e confiam que sua segurança está nos recursos humanos.
A Palavra de Deus é clara em dizer que as nossas armas não são carnais e sim espirituais.
Não existem recursos na terra, sejam físicos, dinheiro, ou qualquer outra coisa que possa nos proteger contra o nosso verdadeiro inimigo.
“O mundo jaz no maligno” e precisamos discernir os tempos e usar as armas espirituais que o Senhor já conquistou para nós.
Estamos vivendo dias em que as trevas estão sendo invocadas. Como servos de Deus não podemos ficar de braços cruzados. Precisamos clamar e pedir ao Senhor que nos esconda debaixo do Seu Esconderijo junto com nossa família.
A nossa verdadeira segurança está no Senhor e precisamos encher os céus com nossa adoração e proclamação da Palavra.
Mesmo que você vá descansar ou passear, fique vigilante! Separe momentos em que você possa adorar ao Senhor. Proclame o Salmo 91 sobre sua vida e família todos os dias.
Proclame a Palavra trazendo à existência as promessas e a Proteção do Senhor!
Escolha mudar a atmosfera espiritual de onde você está buscando a presença do Senhor.
Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.

Tenha um descanso abençoado debaixo do Esconderijo do Altíssimo!


Estudar causa enfado?



Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. Eclesiastes 12:12


O passo mais importante para a popularização do livro e da cultura foi a invenção da imprensa. Até então os livros eram manuscritos, raros e caros. Ter livros e saber ler era privilégio de uma minoria elitista, alfabetizada, em uma sociedade de analfabetos.

Hoje a situação é outra. Não ter livros e não saber ler é uma condição estranha, minoritária, no seio de uma sociedade alfabetizada. A cultura não é mais privilégio de poucos, pois os livros estão aí, às pilhas, nas livrarias e bibliotecas, à disposição de quantos queiram manusear suas páginas e sorver seu conteúdo.

Cada ano são publicados milhões de livros, que são acrescentados a outros milhões já existentes no mundo. Numa existência inteira não conseguiríamos ler sequer seus títulos! Daí a importância de lermos apenas os melhores, e não tudo o que nos cair às mãos.

O sábio Salomão, que foi ávido leitor dos escritos de sua época, declarou: “Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.” Talvez Salomão tenha lido todos os livros que lhe caíram às mãos, inclusive a vasta literatura cananeia e a chamada “sabedoria dos egípcios”, que abrangia as áreas de astronomia, medicina, arquitetura, matemática, música, pintura, embalsamamento, e filosofia mística.

É provável que Salomão também tenha lido livros sobre as práticas idólatras desses povos, suas artes mágicas e as especulações filosóficas de escritores pagãos. Como resultado, grande parte do estudo ao qual Salomão se dedicou, em vez de trazer-lhe deleite intelectual, lhe trouxe enfado. Isto é o que acontece quando o que se lê não merece ser lido, ou quando o estudo se torna um fim em si mesmo. O estudo só traz real prazer quando é um meio para se alcançar um fim mais elevado. (Obs: E na maioria dos casos, de muitos cristãos que estudam Teologia, este "estudo "causa um enfado tão grande que prejudica a ele mesmo e até as pessoas que estão a sua volta)

Até mesmo o estudo da Bíblia pode se tornar enfadonho se o leitor não tiver como motivação maior o aprender “as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3:15), e procurar saber qual é a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). Tendo estes objetivos em mente, não nos cansaremos jamais de estudá-la.

Paulo Roberto Tavares

Senhor, consola-me em tempos difíceis!


Antes, gostaria de agradecer a todos que estão orando por mim. Como diz a palavra do Senhor: "A oração de um justo pode muito em seus efeitos.". Deus tem me encorajado e todos os dias derramado bênçãos sem medida no meu trabalho e renovando as minhas forças. Achei "aquela" jóia que eu tinha perdido a muito tempo.

Tenho dedicado meu tempo a um jejum de consagração (além de estudar e trabalhar). Dedicando meu coração e minha vida ao Senhor, apesar das adversidades, Deus tem me abençoado tanto em meu trabalho que estou tremendamente surpresa e admirada com a obra do Senhor em minha vida profissional.

As vezes, ali em minha sala de trabalho, paro o que estou fazendo e fico observando pela janela um tempo escuro, chuvoso. Fico me imaginando, subindo de avião e dando de cara com aquelas nuvens, das quais não dá pra ver um palmo adiante do nariz e que quando chegamos mais alto, contemplamos a maravilha de um céu claro e um tapete de nuvens e que acima da tempestade, daquela densa nuvem está tudo bem.

Nossa vida espiritual e emocional é bem parecida com isso. Quando as nuvens escuras dos problemas, tribulações, lutas, tristezas e sofrimentos se aproximam e se colocam em nossa frente e são tão densas e espessas que mal podemos ver o que está a frente e acabamos nos esquecendo que SEMPRE haverá um lugar de calma, luz, clareza, conforto e paz para onde podemos nos elevar. Podemos nos segurar na mão de Deus durante estes tempos difíceis e ele nos elevará até o lugar de consolo, calor e segurança que tem para nós. LUGARES ALTOS.

Em meu coração, consegui enxergar um de meus nomes favoritos para o Espírito Santo, e que ele me tem revelado: CONSOLADOR, descrito em João 14:26:

" Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito."

Igualmente, como não temos de implorar ao Sol por sua luz, também não temos de implorar ao Espírito Santo pelo consolo, pois ELE É CONSOLO!
Posso simplesmente me desligar de qualquer coisa que me separe dele. Tenho orado constantemente, pois a cada minuto, o Espírito Santo vem me dado uma percepção mais intensa de seu consolo.
Mais cedo ou mais tarde, você pode passar por um momento difícil. Faz parte da vida, para nosso crescimento e amadurecimento. A dor e a perda são parte da vida. Há razões diferentes pelas quais essas coisas acontecem, mas quando nós o convidamos, Deus está sempre presente para fazer com que o bem resulte delas. Se entendermos as diferentes possibilidades de sofrimento, isso nos ajudará a superar a dor e a ver nossa fé crescer em meio a ele.

Dois bons motivos para tempos difíceis
1. As vezes coisas difíceis acontecem conosco para que a glória e o poder de Deus sejam revelados por nosso intermédio (João 9:3)
Talvez não sejamos capazes de entender por que certaz coisas estão acontecendo conosco naquele momento e talvez nunca fiquemos sabendo por que tivemos de passar por elas até que estejamos com o Senhor, mas, quando nos voltamos para Deus em meio as situações difíceism a Glória de Deus será vista nelas e em você.

2. Deus usa os tempos difíceis para nos purificar (1Pedro 4:1)
Isso significa que nosso sofrimento durante tempos difíceis queimará o pecado e o egoísmo dentro de nós, Deus permite que o sofrimento aconteça para que aprendamos a viver para ele e não para nós mesmas, para que busquemos a vontade dEle e não a nossa. Não é agradável o momento em que sofremos, mas o desejo de Deus é que sejamos "participantes da sua santidade" (Hebreus 12:10) ELE QUER QUE NOS DESAPEGUEMOS DAS COISAS QUE DESEJAMOS E QUE NOS APEGUEMOS AO QUE MAIS IMPORTANTE NA VIDA - ELE.

Toda vez que você se elevar acima da dor em sua vida e encontrar a bondade, clareza, paz e luz do Senhor, sua fé aumentará. Deus estará com você em meio a dor não apenas para aperfeiçoá-la mas também para tornar maior sua compaixão pelo sofrimento de outros. Ao continuar vivendo na presença do Senhor, a glória dele se revelará em você.

Pense nisso. Tenho aprendido isso e hoje Deus está me mantendo em seus lugares altos. Sem desanimar e sem perder a fé e com o coração voltado para a cruz.

Não pense que lindas pregações, ou o falar bonito e difícil, ou o estudar demais (como se isso fosse resolver alguma coisa...) vão fazer você se aproximar mais do Senhor. É o seu coração verdadeiro, voltado a cruz, sem enganar seus irmãos que fazem de você um verdadeiro servo do Senhor, caminhando em lugares altos

No amor do Cordeiro,

Vanessa Reis

terça-feira, 29 de março de 2011

Ele Sempre Cumpre o que Diz




“Naquele dia, todos dirão: Ele é o nosso Deus. Nós pusemos a nossa esperança nele e Ele nos salvou [...]” Isaías 25:9

Na nossa vida passamos por momentos de realizações, onde aquilo que planejamos, sonhamos, ou até mesmo que os outros tenham começado por nós, se concretiza, torna-se real, sai do papel pra realidade. Pode ser aquele casamento tão almejado, aquela viajem tão esperada, enfim.
Quando partiu desta terra, Jesus deixou conosco apenas uma esperança: “Eu vou, mas eis que venho para ficar com vocês [...]” (João 15:28). Essa é a maior esperança que temos, é por isso que esperamos desde o dia em que aceitamos a Jesus (ou pelo menos esse deve ser o nosso maior pensamento). E esta esperança é diferente das outras, pois é a única que temos a certeza de que vai se concretizar. Do resto nada sabemos, mas sobre a vinda de Cristo para buscar sua Igreja temos certeza de que ocorrerá em um momento inesperado, mas ao mesmo tempo anunciado (e muito).
Os outros nos prometem que vão pagar aquilo que nos deve, outros nos prometem que vão resolver o nosso problema o mais rápido possível, alguns chegam a prometer que vão nos curar da enfermidade que estamos enfrentando, enfim. Jesus, como já disse, nos prometeu, dentre outras coisas, que voltaria e nos levaria pra morar com Ele. Esta terra que Ele tanto abomina e que já não há mais como ser curada não poderia abrigar os filhos de Deus, aqueles a quem Ele tanto amou, e se deu.
“Se não recebo de quem está me devendo, como vou receber algo de quem nunca vi, nunca conversei pessoalmente?”, talvez esse seja o seu questionamento, mas quero que saiba que você pode ser traído por qualquer um, até mesmo pelos seus pais, mas por Jesus, nunca! Tudo o que Ele disse a seu respeito, e tudo o que Ele destinou pra você, se cumprirá como sem falta, ainda que demore (Habacuque 2:3).
O céu será um lugar de muitas surpresas. Pessoas que jamais imaginaríamos que estivessem lá, vão estar junto conosco, e pessoas que tínhamos a certeza de que lá estariam não serão encontradas. Pobres e ricos serão apenas filhos de Deus, ninguém será reconhecido porque tem dinheiro ou porque é influente e aquele gari se sentará à mesma mesa que aquela celebridade ou milionário. Pessoas que nunca desfrutaram de mordomia alguma, que só trabalharam e trabalharam e trabalharam durante toda sua vida poderão andar em ruas de ouro e cristal, cantando em voz alta a Deus, que as salvou. Será um lugar onde não existirá Maria, nem João, nem Maurício, nem Tadeu, mas sim adoradores do Deus vivo e verdadeiro.
Muitas vezes não temos parado pra pensar na grandeza do céu (a nossa morada ETERNA!), simplesmente porque estamos preocupados com assuntos referentes à nossa casa aqui na terra, que nos abrigará por alguns anos apenas. Se pararmos pra analisar quão grande é aquilo que Deus tem preparado para nós, veremos que somos simples tolos que buscam, incessantemente, coisas fúteis que, comparadas com a Glória, não tem nenhum valor, nenhum! Se o mundo tivesse a dimensão do que é o céu, e também do que é o inferno, sem dúvidas haveria menos pecado. Mas temos dormido no ponto, temos vacilado e deixado que o mal apague de nossas memórias o sentimento de que a nossa vida aqui é passageira e tem o mesmo período de um lamparina que está acesa mas que a qualquer hora pode ser apagada pela ausência de gás.
Talvez algumas das esperanças que plantamos não tenham germinado e dado certo, mas temos que crer fervorosamente que a maior esperança, deixada por Cristo, é viva e suficiente para nos fazer pensar antes de pecarmos ou tentarmos nos afastar de Deus. Como diz o texto base, aqueles que confiam no Senhor, na promessa da sua vinda, serão salvos e recompensados por Deus, recebendo, de fato, a vida eterna que tanto esperam.
O mundo pode nos dar esperanças grandiosas, algumas chegam até a encher os nossos olhos, outras podem até se concretizar, mas as esperanças que o mundo oferece são, das duas uma: Ou são falsas, ou são vaidade. Só Jesus nos garante a salvação e só Ele pode cumprir esta promessa, portanto, confie nas palavras de Jesus e isso bastará para que você tenha uma vida alegre e cheia de esperança, com um coração temente apenas a Deus, aquele que cumpre sempre o que diz.
Confie no Senhor, em suas promessas, e, tenha a certeza, não se arrependerás.
“Guardemos firmemente a esperança da fé que professamos, pois podemos confiar que Deus cumprirá as suas promessas.” Hebreus 10:23
NEle, que sempre cumpre o que diz,

Tadeu Ribeiro.
Supervisão de Texto: Rafael Rocha

Um único Leão - País de Aslam



“Fui eu o leão que o forçou a encontrar-se com Aravis. Fui o gato que o consolou na casa dos mortos. Fui eu o leão que espantou os chacais para que você dormisse. Fui eu o leão que assustou os cavalos a fim de que chegassem a tempo de avisar o rei Luna. E fui o leão que empurrou para a praia a canoa em que você dormia, uma criança quase morta, para que um homem, acordado à meia noite, o acolhesse.”

O Cavalo e seu Menino, cap. 11
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Durante sua longa jornada na Calormânia, até descobrir que era um príncipe e mais tarde viria a ser rei da Arquelândia, Shasta deparou-se com diversas situações, muitas delas difíceis de suportar.
Encontrou vários leões no trajeto, como julgara, mas ao encontrar-se com Aslam descobriu que, em toda a sua vida, só havia encontrado um leão, mesmo que não o visse desta forma.
Shasta era alguém que tinha tudo para dar errado e ser infeliz pelo resto da vida. No entanto, jamais passara por sua cabeça que era um príncipe da Arquelândia, que estava desaparecido. Que era alguém especial, querido e muito amado, ao contrário do que sempre pensou durante toda a sua vida.


Shasta era um “cisne”. Durante toda a sua vida, se encontrara perdido no mundo. Depois de um longo tempo, descobriu que era “alguém mais”. Aslam esteve com ele e amou-o desde o início. Deu proteção, amparo, carinho e amor, mesmo que inúmeras vezes, Shasta não se sentisse protegido ou amado.

Não somente por ser um príncipe, é que Aslam se preocupou com o garoto, mas por ele ser alguém! Uma pessoa não precisa ter uma coroa e um sangue real para ser importante, especial e amado.
Nas mais minúsculas coisas, não somos capazes de perceber o quão somos amparados e protegidos, chegando a pensar que eventuais coisas acontecem “por acaso”. Acredite: não existe acaso!
Que você possa refletir e ver que, nas pequenas coisas julgadas, muitas vezes, como insignificantes, é possível ver uma força muito maior que vai além daquilo que a mente humana é capaz de imaginar.

Há sempre, um amor maior. Há sempre, um único Leão.

Bruna Amorim - País de Aslam (A Mensagem do Grande Leão)

sábado, 26 de março de 2011

A Carne não pode agradar a Deus - Ana Paula Valadão

Tenho percebido o Senhor agindo em minha vida de modo especial neste tempo. Um dos momentos marcantes até agora foi o da leitura de um livro clássico para quem deseja caminhar com Deus: “O Homem Espiritual” de Watchman Nee.
Foi o Gustavo o instrumento que Deus usou para me trazer estas palavras tão libertadoras, mas ao mesmo tempo tão alarmantes! Depois de ler uma certa parte, fique de tal maneira convencida do meu erro que só sabia chorar e clamar a Deus por misericórdia! Será que estava fazendo tudo em vão? Eis aí o que aprendi e agora compartilho com vocês, no desejo de que outros sejam transformados, assim como eu espero ter sido… (mas sugiro a leitura do próprio livro, que melhor lhes aproveitará!)
“Sois vós tão insensatos? Tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?” Gal 3:3
Watchman Nee apresenta este texto e fala sobre como muitas vezes, ao nos convertermos a Cristo, logo buscamos ser livres daquelas coisas feias que conhecemos, e que são as obras da carne. O adultério, a mentira, práticas de que nos envergonhamos e que são facilmente percebidas como pecado.
Porém, corremos o risco de menosprezar a força que a carne tem de fazer o bem. Podemos estar realizando, vivendo, na força da carne. É possível até mesmo servir a Deus na força da carne, dos nossos próprios talentos e dons naturais, da nossa própria sabedoria, e pensar que estamos agradando a Deus e fazendo a Sua vontade. Porém, a Bíblia afirma:
“E os que estão na carne não podem agradar a Deus” Rm 8:8
Deus exige uma total rendição da nossa carne, a morte do nosso velho homem, com suas concupiscências e paixões, e também com sua sabedoria humana, carnal. Precisamos andar no Espírito, e somente assim não andaremos segundo a nossa carne, natural. Somente no Espírito conseguiremos agradar a Deus.
Como saber se minhas boas obras, mesmo as mais religiosas, como a própria leitura da Bíblia, ou atos de misericórdia, ou de serviço no ministério, têm sido feitos na carne?
-Quando eu estou no centro e não Deus. Minhas idéias, minha sabedoria, minhas soluções.
-Quando não espero em Deus. Não oro. Não dependo dEle.
Pode parecer tão simples, tão pequeno, mas para mim foi devastador… tenho tanta facilidade de tomar decisões rápidas, tenho tantas idéias “boas”, mas quero mais do que isso! Quero fazer a vontade de Deus! Quero agradá-Lo! Quero ter a certeza de que O estou servindo como Ele quer! E, infelizmente, muitas vezes, não dependo… não oro… não espero no Senhor para que Ele me diga o que fazer…
E nos momentos do dia a dia, em que preciso decidir rapidamente? Jesus sabia exatamente qual era a vontade do Pai. Ele estava em tamanha sintonia com o Pai que podia decidir rapidamente, saber qual pessoa curar em meio a uma multidão (como no tanque de Betesda). Mas eu, se quero ser como Jesus e agir  de modo a agradar o Pai, então preciso fazer o que Ele fazia. Jesus estava sempre Se retirando para estar a sós com o Pai e acredito que eram nessas horas que Ele recebia instrução e sensibilidade para tudo o que deveria fazer depois.
Satanás pode até ver uma pessoa sair de seu domínio nos pecados mais aparentes que a carne apresenta. Mas, pode estar aprisionando esta mesma pessoa através do engano da carne, da generosidade natural, da sabedoria natural que a pessoa tem. Porém, em breve, ele volta a dar a rasteira, e é por isso que vemos a queda de tanta gente que parecia estar no Espírito, quando na verdade, estavam servindo a Deus na força da carne. É a carne camuflada, da qual nunca foram libertos, e que em algum tempo se manifestará em pior estado do que o primeiro.
Os Fariseus, nos tempos de Jesus, pensavam que estavam servindo a Deus. Eles eram extremamente zelosos. Mas Jesus disse que nossa justiça deve exceder e muito a dos Fariseus! Como assim? Ele estava falando que isso é impossível. Confiando em nossos próprios esforços, jamais agradaremos a Deus. Só existe uma maneira. Confiar inteiramente na Cruz de Cristo e no que Ele fez por cada um de nós. Jesus é a justiça de Deus para nós.
Assim como Paulo, que tinha tantos motivos carnais para se gloriar, como diplomas, cidadania, inteligência, e ainda assim concluiu que tudo isso era lixo e refugo, que nós também passemos a nos considerar em nada. Que possamos depender única e exclusivamente do Espírito Santo de Deus, que está pronto para nos guiar naquilo que vem do Alto, Jesus, sabedoria e justiça de Deus em nós.

Peso X Pecado - Ana Paula Valadão




Neste nono dia de nossa consagração quero compartilhar um pouco mais sobre o texto de ontem, “Desembaraçando-nos”.
“Desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado, que tenazmente nos assedia…” Hb 12:1
Peso é diferente de pecado. Isso aprendi com meu pai. Ele sempre diz isso, repetindo que peso são aquelas coisas lícitas, mas que não convém.
Peso não são necessariamente coisas erradas, mas são coisas que nos embaraçam.
É aquela sociedade feita com uma pessoa que tem princípios, pensamentos e interesses diferentes do seu. Vai caminhando bem até um certo ponto, e logo se torna um peso. Ao invés de trazer alegria, a empresa é motivo de estresse, desânimo, contenda, e amizades vão por água abaixo por causa do convívio ríspido em uma parceria que, na verdade, nunca deveria ter começado.
Um curso na faculdade sem propósito para o futuro. Um comprometimento com um ministério em que você não se encaixa. A tentativa de ser ou fazer aquilo para o que Deus não te capacitou. Cobranças, pressões, existem em todas as situações, mas quando estamos no lugar errado e na hora errada, somos a pessoa errada, e tudo vira peso, embaraço.
Se continuarmos lendo, o autor aos Hebreus continua:
“Desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado, que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta”
Como correr se estamos embaraçados? Fugimos do pecado, mas muitas vezes nos perdemos nos embaraços da vida. Aliás, não tropeçamos em montanhas, mas em pedrinhas, não é mesmo?
Se você, assim como eu, quer ser livre para correr velozmente (correr com os cavalos, como disse Deus a Jeremias!), e cumprir a carreira proposta pelo Senhor para nossas vidas, então precisamos nos desembaraçar de todo peso!
Precisamos aprender a dizer “não”. Nem toda boa oportunidade é para ser aceita.
Precisamos aprender a dizer “espere”. Nada melhor do que o tempo certo para tudo (já dizia o sábio Salomão em Eclesiastes).
Precisamos aprender a dizer “sim”, e correr, e correr, livres, sem embaraços, na estrada determinada pelo Pai para nós, nesta breve e passageira vida.
Não há tempo a perder. Sejamos livres já! Oro para que nestes dias de consagração o Espírito Santo nos mostre onde estamos pesados, embaraçados. Que tenhamos ousadia para romper com aquilo que nos suga as forças, rouba as energias, traz desânimo, e que pode muito bem ser tirado da bagagem. Que saiamos destes 40 dias mais livres, mais leves, mais soltos, desembaraçados! dias mais livres, mais leves, mais soltos, desembaraçados!

ados!

Lewis, Aslam e Nárnia



O lançamento dos dois primeiros filmes de As Crônicas de Nárnia reacendeu a discussão de que esta obra (uma coleção de 7 livros) apresenta uma temática cristã muito profunda, principalmente em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. C. S. Lewis, seu autor, foi um dos maiores pensadores cristãos do século XX e também reconhecido, ao contrário de seu amigo Tolkien, pela sua predileção por alegorias. Não havia dúvidas portanto em dizer que Nárnia era na realidade uma alegoria cristã de Lewis especialmente pelo fato de Aslam, o Criador e verdadeiro Rei deste mundo fantástico, ser claramente e reconhecidamente uma figura de Cristo. Eu mesmo cheguei a dizer isso neste post.


Para aqueles que, digamos, não convivem muito com estes “assuntos religiosos”, dizer que Aslam é na verdade como Jesus Cristo poderia soar estranho, principalmente se considerarmos que nos dias de hoje “assuntos religiosos” parecem ser considerados cada vez mais e a cada dia que passa como algo de pouco valor, irrelevante ou até mesmo estúpido. De qualquer forma, por valorizar sempre a intenção original do autor, sempre achei útil procurar por referências onde o próprio Lewis afirmasse sobre as suas intenções com obra, para que assim não houvesse espaço para dúvidas ou suposições.

Duas coisas me impediam no entanto de fazê-lo: a falta de tempo e de “biblioteca”. Por “biblioteca” quero dizer que não gosto de simplesmente usar frases soltas encontradas em outros sites usando o Google, preferindo mesmo consultar livros para que assim eu pudesse mostrar referências mais seguras para aquilo que estou afirmando. Contundo, encontrar bibliografia para o assunto em questão neste post não me parecia tarefa tão simples, principalmente se associada com o fator tempo e com o fato de que eu deveria consultar obras em inglês.


Graças a Deus que abençoou a capacidade humana para criar tecnologias que além de facilitarem a nossa vida também ajudam no nosso desenvolvimento pessoal. Utilizando a ferramenta Google Book Search, que nada mais é que um grande banco de dados de livros permitindo até mesmo sua visualização parcial ou total, consegui encontrar o que queria, tanto as afirmações de Lewis sobre sua obra quanto os livros onde estas afirmações se encontram. Logo, as referências citadas neste post foram encontradas originalmente em inglês utilizando este recurso (e também usando um pouco o site da Amazon) e podem ser acessadas por qualquer um caso haja o interesse em fazê-lo [1].

Qual não foi a minha surpresa ao fazer esta pesquisa e descobrir que C. S. Lewis não considerava As Crônicas de Nárnia um alegoria, ao contrário do que muitos pensam, incluindo eu. Embora tenha confirmado a temática cristã da obra, para ele não era uma alegoria cristã como por exemplo O Peregrino de John Bunyan e sim algo como uma “suposição”. Em uma carta escrita para crianças de uma escola no estado norte-americano de Maryland, datada de 1954, C. S. Lewis explica melhor esta questão ao responder um questionamento que havia sido feito a ele perguntando se os personagens Nikabrik e Ripchip eram algum tipo de representação:

"Vocês se enganam ao pensarem que tudo nos livros “representam” alguma coisa neste mundo. As coisas são assim em O Peregrino mas eu não estou escrevendo desta maneira. Eu não disse para mim mesmo “Vamos representar Jesus como Ele realmente é em nosso mundo por um Leão em Nárnia”: eu disse “Vamos supor que havia uma terra como Nárnia e que o Filho de Deus, assim como Ele se tornou um Homem em nosso mundo, se tornou um Leão lá, e então imaginem o que aconteceria.” Se vocês pensarem sobre isso, verão que é uma coisa bem diferente. Logo, a resposta para as suas duas primeiras questões é que Ripchip e Nikabrik, neste sentido, não representam ninguém. Mas é claro que qualquer pessoa em nosso mundo que dedica toda a sua vida a procurar o Céu será como Ripchip, e qualquer um que quer algo deste mundo de maneira tão forte ao ponto de estar preparado para usar de meios perversos para conseguí-lo provavelmente se comportará como Nikabrik. [2]"

Em outra carta enviada à Sra. Hook em 1958, Lewis complementa dizendo:

"Se Aslam representasse a Divindade imaterial da mesma forma que o Gigante Desespero [Nota: um personagem de O Peregrino] representa o desespero, ele seria uma figura alegórica. Na realidade, entretanto, ele é uma invenção que dá uma resposta imaginária para a questão “Como Cristo seria se realmente existisse um mundo como Nárnia, e Ele escolhesse ser encarnado e morrer e ressuscitar naquele mundo como Ele fez no nosso?” Isto não é alegoria de forma alguma. [3]"

Contudo, uma carta que Lewis enviara em 1961 a Anne Jenkins, na época sua fã de 10 anos de idade, parece ser considerada como o documento escrito onde o autor explica de maneira mais clara e completa as suas intenções com As Crônicas de Nárnia. Nesta carta, C. S. Lewis afirma:

"Toda a história de Nárnia é sobre Cristo. Isto quer dizer que eu perguntei a mim mesmo “Suponha que havia realmente um mundo como Nárnia e suponha que (como no nosso mundo) algo havia dado errado e suponha que Cristo quis ir a este outro mundo e salvá-lo (como Ele fez no nosso), o que poderia ter acontecido?” As histórias são as minhas respostas. Como Nárnia é um mundo de animais falantes, eu pensei que Ele poderia se tornar um Animal Falante lá, assim como Ele se tornou um homem aqui. Eu O descrevi como um leão lá porque (a) o leão é considerado como o rei dos animais; (b) Cristo é chamado de “O Leão de Judá” na Bíblia; [Nota: em Apocalipse 5:5] (c) Eu estava tendo sonhos estranhos sobre leões quando eu comecei a escrever o trabalho. [4]"

Nesta mesma carta, logo a seguir, o autor descreve os sete livros da seguinte maneira: O Sobrinho do Mago, fala sobre a criação de Nárnia e como o Mal entrou neste mundo; O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa sobre a Crucificação e Ressurreição; Príncipe Caspian sobre a volta da verdadeira religião após um período de corrupção; O Cavalo e seu Menino sobre o chamado e conversão de um não-cristão; A Viagem do Peregrino da Alvorada sobre a vida espiritual (especialmente considerando o personagem Ripchip); A Cadeira de Prata sobre a contínua luta contra as forças das trevas; e finalmente A Última Batalha, talvez o meu predileto, sobre a chegada do Anticristo (o personagem Macaco) e o fim do mundo após o Julgamento Final.

Fica portanto mais clara, pelo menos para mim, qual a correlação exata desta obra, que considero ótima, com a temática cristã, com os devidos registros.

Possuo uma grande e linda edição de As Crônicas de Nárnia que reúne todos os 7 livros. Contudo, para aqueles que preferirem, os livros também são vendidos separadamente.

E para aqueles que ainda não perceberam, fica aqui a minha “dica”: As Crônicas de Nárnia são livros infanto-juvenis. Ao lerem os livros ou ao verem os filmes, não se esqueçam deste importante detalhe.


[1] E caso alguém saiba de mais referências, seus comentários são bem-vindos.


[2] Estes dizeres de Lewis estão registrados em seu livro Letters to Children, mas também encontrei, dentre outros, nos seguintes livros: Walter Hooper, 1996, C. S. Lewis: A Companion and Guide; Shanna Caughey, 2005, Revisiting Narnia: Fantasy, Myth and Religion in C. S. Lewis’ Chronicles.


[3] Walter Hooper, C.S. Lewis: A Complete Guide to His Life and Works, 2005.


[4] Esta carta se encontra na coletânea The Collected Letters of C.S. Lewis, Volume 3, publicada em 2007.

Frase do Dia





"Descende de Adão e Eva - tornou Aslam. - É honra suficientemente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra. Dê-se assim por satisfeito"

"Príncipe Caspian" - As Crônicas de Nárnia

Deus no controle - C.S.Lewis


PARECE que a Bíblia realmente dá um basta nesse assunto quando coloca as duas coisas juntas numa só e impressionante sentença. A primeira metade diz: "Trabalhe pela sua própria salvação, com todo temor e tremor", o que faz com que tudo pareça depender só de nós e das nossas boas ações. Mas a segunda parte continua assim: "Pois é Deus quem trabalha em você", o que faz parecer que Deus faz tudo e nós, nada. Temo que esse seja o tipo de coisa com que nos deparamos no cristianismo. Fico intrigado, mas nada surpreso. Veja, estamos agora tentando entender e separar em compartimentos o que Deus faz e o que o homem faz quando ambos agem em conjunto. E chegamos a pensar que é como dois homens trabalhando juntos de modo que se possa dizer: "Ele fez esse tanto e eu, aquele outro". Mas esse raciocínio é errado. Deus não é assim. Ele se encontra a um só tempo dentro e fora de você: mesmo se fôssemos capazes de entender quem fez o que, não acredito que a linguagem humana seria capaz de expressar isso adequadamente. Na tentativa de expressá-lo, diferentes igrejas dizem coisas diferentes. Mas você acabará notando que mesmo os que insistem com toda a veemência na importância das boas ações admitem que você precisa de fé; e que aqueles que insistem mais fortemente na fé mandam você praticar boas ações.

- de Mere Christianity (Cristianismo Puro e Simples)

terça-feira, 22 de março de 2011

Pelos olhos de uma criança

Não é nenhum segredo que eu gosto muito de escrever sobre Nárnia. Gosto porque essa terra, ainda que imaginária, simboliza uma jornada de muitas batalhas, conquistas, felicidade… É como a vida cristã! O Grande Leão nos coloca em um alto lugar, mas antes, temos que estar a frente de batalhas, nas quais, na maioria das vezes, não há perspectiva alguma de vitória, senão a FÉ!


E é dessa fé que eu quero falar hoje. Essa fé é relatada de uma forma bem forte e bonita no 2º livro publicado da série “Príncipe Caspian”. Infelizmente essa realidade, não é tão bem retratada na versão cinematográfica da Disney dessa crônica.

Nessa história os quatro irmãos Pevensie retornam a Nárnia e enfrentam uma longa caminhada até poder chegar ao lugar em que poderiam ajudar o Príncipe Caspian a tomar o trono de Nárnia que lhe pertencia por direito.

No meio da cansativa jornada, Lúcia vê Aslam os chamando para seguir por um caminho diferente, um caminho que lhes possibilitaria chegar e cumprir os objetivos deles, os quais eram, antes de tudo, os objetivos de Aslam para eles.

Lúcia fica muito animada com a imagem imponente do Grande Leão ali diante dela a convidando para ser seu guia. Porém os outros não o veem e acham que Lúcia está imaginando coisas, pois o caminho que Lúcia disse que Aslam havia apontado era um caminho aparentemente mais complicado que o que eles estavam seguindo.

É interessante a forma que a temática da fé é abordada durante toda essa história, ficando clara a mensagem de Lewis (autor da série) de que precisamos ser como crianças para ver a Deus.

Lúcia (a mais ”criança” dos irmãos) estava segura do que havia visto. Quando questionada acerca da possibilidade de haver confundido as coisas, ela diz: “Acha que não sou capaz de reconhecer Aslam se o vir?”. Ela já ouvira a voz do Grande Leão a chamando e na verdade era “a voz que ela mais queria ouvir no mundo”. Mas seus companheiros de jornada, não o viram e, apesar de a ajuda de Aslam ser o que eles mais queriam e precisavam naquele momento, eles prefiriram acreditar em seus olhos naturais e tapar os olhos da fé.

Deus quer que nós sejamos assim! Ele quer que nós amadureçamos e o conheçamos cada vez mais (Oséias 6.3). Porém isso deve ser alcançado sem perder o coração de criança. Isso é muito claro nas crônicas narnianas, pois aqueles que vão crescendo na série deixam de aparecer nas histórias seguintes.

Às vezes, estamos no lugar da Lúcia. Cremos fielmente em algo, mas como os que estão ao nosso redor não compartilham da mesma certeza, deixamos de cumprir o propósito de Deus para nós. Aslam, mais tarde, a repreende por não havê-lo seguido, pois sua fé bastava. E ela mesma percebe isso: “Como é que eu podia deixar os outros e vir sozinha encontrar-me com você? Não olhe para mim desse jeito…bem… de fato… talvez eu pudesse… Sei que com você não estaria sozinha.”

Te encorajo a se você estiver nessa situação a usar o escudo da fé (Efésios 6.16). Paulo usa a simbologia do escudo para termos mais fé, pois quando usamos um escudo e o ataque do inimigo vem, o escudo nos protege bloqueando aquela seta, mas tapando ao mesmo tempo a nossa visão. Deixamos de ver o que está ao nosso redor e cremos que aquele escudo nos protegerá. Assim deve ser a nossa fé.

Mas pode acontecer também de nos encontrarmos na posição dos irmãos de Lúcia que seguiam com ela na caminhada e preferiram não acreditar na sinceridade do seu coração. Ora, Jesus não deixou de aparecer a Tomé pelo fato de ele não crer. Porém é à medida que os guerreiros da história vão se abrindo pra essa realidade que um a um começa a ver Aslam: “Aslam parara e, tendo-se voltado, olhava para eles com um aspecto tão majestoso que todos ficaram…tão contentes quanto é possível a pessoas que sentem medo, e tão cheios de medo quanto é possível a pessoas que se sentem contentes.”.

Não deixemos de ver Aslam na nossa jornada. Ele aparece e quer nos levar por um caminho melhor, mesmo que pra nós, naquele momento, pareça que o caminho “sugerido” por Ele seja pior e mais complicado. Ele sempre sabe o que faz! Clamemos pela presença dEle, e quando Ele aparecer e resolver a situação, não deixemos de ver sua mão (sem a qual não conseguiríamos a vitória), nem demos todo o mérito para o acaso, a sorte, as circunstâncias ou até para nós mesmos.

Deus está sempre conosco, mesmo quando não o vemos de forma tão clara ali ao nosso lado. Nunca deixemos de acreditar e seguir em nossa jornada vendo as coisas pelos olhos de uma criança!

“Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”.

Lucas 18.17


Autor: Samuel Kramer


Fonte: http://www.samuelkramer.blogspot.com/

A carne e o osso de Adão




"Quando a carne de Adão,

Quando o osso de Adão,

Em Cair Paravel,

No trono sentar,

Então há de chegar

Ao fim a aflição”
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, pág. 138


“Há muitos anos ela procura vocês, sem parar; e se soubesse que vocês são quatro, seria então muito mais perigosa.
- Mas que tem isso de especial? – perguntou Pedro.
- É que existe uma outra profecia. Lá embaixo, em Cair Parável, nos castelo que dá para o mar,junto da foz do rio, e que devia ser a capital se tudo corresse como devia… Lá, em Cair Parável, há quatro tronos. Uma velhíssima tradição de Nárnia já anunciava que, quando dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva se sentarem nos quatro tronos, então será o fim, não só do reinado da feiticeira, mas da própria feiticeira.”
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, pág. 139



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No primeiro livro da série, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, Lewis nos mostra um mundo mágico: Nárnia.

Um mundo mágico, porém, dominado por uma terrível feiticeira, a Feiticeira Branca, a qual sujeitou Nárnia a um inverno terrível e sem Natal por cem anos.

Viviam em Nárnia, animais falantes e seres mitológicos, porém nenhum humano.

Quando uma garotinha, Lúcia, descobre Nárnia dentro de um guarda-roupa, e posteriormente, leva seus irmãos até lá, os quatro irmãos descobrem que há uma profecia em Nárnia, anunciando a chegada de dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva, que salvariam Nárnia do domínio da feiticeira e trariam paz ao lugar.

Somente dois meninos e duas meninas seriam capaz de salvar o mundo mágico. Podemos compreender com estes trechos a respeito da profecia, que os humanos em Nárnia, significavam uma coisa: esperança.

Ao longo da narrativa desta crônica, os quatro irmãos juntamente com Aslam, conseguem vencer o poder de Jadis, e assim, cumprir o que dizia a profecia.

Analogamente, Lewis escreveu O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, comparando-o o tempo todo com a Bíblia. O próprio sacrifício do Leão, na Mesa de Pedra, análoga o sacrifício de Cristo no Calvário.

Estranhamente, os humanos em Nárnia são chamados “Filhos de Adão” os homens, e “Filhas de Eva” as mulheres. Isso nos remete à criação do mundo, na qual Adão e Eva foram os primeiros seres humanos a existir.

Lewis usa, portanto, este termo, para ao mesmo tempo distinguir um ser humano, e remeter à analogia bíblica da criação, o que nos aproxima de Deus, em Nárnia.

A chegada dos humanos em Nárnia, representa a esperança e o fato de que Nárnia não ficaria “a Deus dará”.

O encanto contido no primeiro livro publicado da saga, nos transmite o encanto do poder de uma profecia. Nos remetemos também ao fato de que “nada é por acaso”, tudo já estava predestinado.

Lúcia, Susana, Pedro e Edmundo seriam reis e rainhas em Cair Paravel, o castelo dos quatro tronos, e reinariam por muitos anos, o que de fato aconteceu, sendo conhecido este fato como a “Idade do Ouro” de Nárnia.

Em meio a uma época difícil e praticamente sem esperanção, os narnianos eram confortados pela tal “antiga tradição” que falava de seus reis e rainhas.

Podemos aprender com isso, a intensa fé que os narnianos tinham dentro de si! Acreditavam com todas as forças, que Aslam não os deixaria e que quatro humanos salvariam sua terra.

A esperança que os quatro Pevensie trouxeram à Nárnia, só reforçou ainda mais, a fé onipresente dos narnianos.

Quando pensamos em duvidar ou pestanejar na fé, lembremo-nos sempre dos narnianos que viveram na época antes da chegada de Lúcia, Pedro, Susana e Edmundo, que sempre mantiveram sua fé e manteram-se fortes na esperança de que um dia, “há de chegar ao fim, a aflição”.

Os narnianos tinham dentro de si, uma essência tal, que nem mesmo um feitiço de cem anos, era capaz de destruir. Que nossa fé seja também, indestrutível e duradoura!

Que seu coração esteja sempre voltado para o Leste!

(Bruna Amorim - O País de Aslam: A Mensagem do Grande Leão)

Por Nárnia e Por Aslam!

sábado, 19 de março de 2011

A primavera de Aslam

Fico pensando inúmeras vezes, nas diversas, sublimes e encantadoras sensações que Pedro, Lúcia, Edmundo e Susana puderam desfrutar ao ver a chegada da primavera em Nárnia, em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.


Imagine-se só em mundo totalmente coberto pelo gelo e pelo terrível feitiço de uma bruxa.

Agora imagine este mesmo mundo “derretendo” literalmente.

Fico pensando de todas as formas possíveis, como seria presenciar isso. De fato, deve ter sido supreendentemente espetacular para os Pevensie, certo?

E o que você acha de experimentarmos um pouquinho desta sensação e entender o por quê desta primavera tão inesperada?

Diretamente do País de Aslam:


Nos seus dentes, o inverno morrerá,

Na sua juba, a flor há de voltar.




No primeiro livro publicado da série, conhecemos uma Nárnia totalmente coberta pelo gelo e misteriosamente encantada.

O inverno rigoroso por mais de 100 anos e sem Natal. Essa era Nárnia…

“Caía-lhe em cima uma coisa leve e macia. Um minuto depois, percebeu que estava num bosque, à noite, e que havia neve sob os seus pés, enquanto outros flocos tombavam no ar.”

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, pág. 105

No decorrer da narrativa, nossos heróis passam por muitas aventuras e supresas, até a chegada de Aslam.

Note, porém, que mesmo antes de Aslam, mesmo no inverno terrível, Nárnia ainda tinha seu encanto, suas paisagens admiráveis e lindas. Sua brancura atraía os olhos humanos, como atraiu Lúcia.

“Não reparou na superfície gelada do rio, nas quedas d’água transformadas em cascatas de gelo, nos montões de neve branca que se acumulavam no alto das árvores, na grande lua resplandecente, no céu crivado de estrelas.”


O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa,pág.148

Mesmo mergulhada no mais profundo e horrível feitiço, Nárnia tinha seus encantos e era muito diferente de nosso mundo.

Depois de uma longa caminhada, de muitas revelações, de muitas emoções e sustos, as crianças juntamente com os Castores, podem ver que Nárnia está “derretendo”. Sua neve começa dar lugar à belas paisagens e lugares inundados de sol. Botões de flores se abriam para as mais variadas cores.

Eles não sabiam o que acontecia. Era simples: Aslam estava em Nárnia.

Imagine o poder que o Grande Leão tinha! Somente a chegada dele, fazia todo o inverno derreter. Lembremo-nos também da profecia. Ela já dizia que o inverno chegaria ao fim…

Em tempos difíceis, por vezes, não vemos uma grande mudança. Ela, porém, pode estar bem à nossa frente. Assim como a primavera chegou em Nárnia, o fim dos nossos problemas acabam quando Ele chega.


Sinta o encanto da linda primavera, descrito no livro O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa:

“Os tapetes relvados iam aumentando e as extensões nevadas diminuíam. De minuto a minuto, outras árvores decidiam sacudir os mantos alvos de neve. Não tardou que, para onde quer que se olhasse, em vez de vultos brancos, surgissem o verde-escuro dos abetos e os ramos negros e espinhosos dos carvalhos, das faias, dos olmos. Depois, o nevoeiro de branco passou a dourado, até desaparecer por completo. Deliciosos raios de sol projetavam-se sobre a floresta, enquanto, lá no alto, o céu azul olhava entre as copas das árvores. Outras coisas maravilhosas foram acontecendo. (…) A supresa tinha sido tão grande para eles como para Edmundo, ao verem o inverno sumir e o bosque mudar, como se o tempo tivesse dado um grande salto. Nem mesmo sabiam ao certo que era isso mesmo que devia acontecer quando Aslam chegasse a Nárnia.(…) O céu estava todo azul; só de vez em quando umas nuvens brancas passavam, apressadas. Nas grandes clareiras havia malmequeres. A brisa leve atirava gotas de orvalho dos ramos oscilantes no rosto de Edmundo. (…) Quando a primavera mágica começou, todos concluíram que alguma coisa estava falhando, desastrosamente falhando, nos planos da feiticeira.”

A primavera de Aslam, representou em Nárnia, o próprio poder do Leão. O fato de o gelo inteiro derreter e dar lugar à lindas paisagens e tapetes relvados, só nos mostra o quão poderoso é o Grande Leão, e o cumprimento da profecia.

Que possamos sempre ter em nossas mentes, a visão de uma bela paisagem primaveril, onde tudo o que imaginamos de belo, exista de fato.

Viva a primavera de Aslam!


Tenhamos sempre nossos corações voltados para o Leste!

Por Nárnia e por Aslam

(Bruna Amorim - País de Aslam: A mensagem do Grande Leão)

quinta-feira, 17 de março de 2011

O erro que não cessa

Toda vez que eu assisto a algum dos três filmes de Nárnia, é incrível, mas toda vez, eu sempre vejo uma coisa nova!

Hoje eu estive assistindo à Viagem do Peregrino da Alvorada pela quinta vez, e pude constatar algo novo no conteúdo de sua mensagem, que é meu DEVER passar a vocês.

O erro que não cessa – Tentação de Lúcia Pevensie

No filme, podemos ver como se desenrola a tentação da Destemida. Vamos analisar calmamente para que você também consiga entender a mensagem que veio à minha mente:

Antes de falarem com Coriakin, Lúcia e a tripulação do Peregrino, nada sabiam sobre a Ilha Negra e as tentações. Porém, quando Lu abre o livro mágico e encontra o feitiço para “tornar mais bela entre todos os mortais, aquela que o pronunciar”, ela já caiu na tentação antes de saber de sua existência.

Depois, Aslam aparece à menina, ela cai em si e se corrige.


O que eu quero que você veja?

Perceba que antes de saber da tentação, Lúcia cedeu a ela. Ok?

Depois de saber que teria de ser forte para não cair, a menina PERSISTE no erro! Ela havia arrancado a página do livro que falava do feitiço, antes de saber da tentação. Depois de falar com Coriakian, Lúcia não só pega a folha arrancada, como pratica o feitiço, transformando-se em Susana, fazendo com que ela própria e Nárnia, desaparecessem.

Ou seja, ela errou, sabe que errou e ainda continua errando!

Quantos de nós passamos por isso? Pode ser que alguma vez você tenha errado, depois percebido o erro. Porém, ao invés de cessar o erro, você continuou errando sabendo que o estava fazendo! Não digo isso dizendo respeito somente a você, leitor e fã, mas a mim, Bruna, também. Todos nós passamos por isso, ao menos uma vez na vida.


O que eu quero fazer você entender é: se você fez algo errado e tem consciência de que o fez, não continue errando! Não espere ser transformado em uma “Susana” da vida e ter tudo o que você mais ama, desaparecido. Não se deixe sumir; não duvide de seu valor.


Não caia em tentação. Lembre-se sempre que Aslam está olhando por você e que corações nobres, sempre adentram o País do Grande Leão!



“Para vencer as trevas, derrotem primeiro, as trevas interiores!” Coriakin


(Bruna Amorim - País de Aslam: A Mensagem do Grande Leão

A terra pela qual tenho aspirado a vida inteira



Sempre que vou à igreja, passo por duas casas distintas, mas com algo em comum: as duas possuem um lampião, cada!

Como o Marcelo disse em um de seus textos (Ermo do Lampião - mundonarnia.com), toda imagem que aparece a um narniano, quando este se lembra de Nárnia, é a imagem do Ermo do Lampião. Concordo plenamente com meu amigo.

Pois bem, sempre que passo pelas casas, eu vejo os dois lampiões. O da primeira casa, é novo e percebe-se que foi adquirido recentemente. O da segunda casa, porém, é diferente. É antigo, velho e meio “apagado” pelo tempo. Exatamente como o de Nárnia.

Sempre que vejo essas figuras de lampiões, minha mente viaja. Imagino um bosque nevado com um fauno carregando embrulhos de papel pardo; imagino também campos verdejantes com náiades cantando nas fontes, imagino as perfeitas estrelas de Nárnia reluzindo em seu esplendor, imagino Aslam olhando para mim.

Podemos perceber que cada um tem sua própria visão e sensação em relação a Nárnia. Todas elas, peculiares e interessantes.

Para uns, Nárnia pode ser um reino encantado, longe de todos os problemas que existem neste mundo. Para outros,um lugar onde seriam felizes e assim por diante.

Para mim, porém, Nárnia seria o lugar em que eu pensaria ser o meu lugar. Entendem?

Não sei se já aconteceu a vocês, mas comigo muitas vezes, mesmo que eu esteja radiante, nada que possa haver nesse mundo é capaz de me satisfazer.

Em Nárnia, eu estaria completa, feliz. Não que eu não seja aqui, mas em Nárnia, eu seria completamente feliz. Coisa que aqui, não é possível ser.

Sentiria que aquele, é o meu lugar, é a minha casa. O lugar para o qual eu fui criada, mesmo sem conhecê-lo.

Eu já entrei uma vez, no meu guarda-roupa e já quis ser Lúcia. Entrei e “esperei” encontrar a neve, o fauno, o lampião. Nada encontrei.

Porém, eu vejo, que “encontrar” não seja o caminho que leve a Nárnia. Nárnia está “dentro” e não “fora”; não é algo que possa ser procurado ou achado.

Hoje, eu encontrei não só a neve, o fauno e o lampião, como o quadro, o Peregrino, as dríades, Aslam, os reis e rainhas e até a Calormânia.

Quando você acredita em algo, o objeto em questão passa a existir, mesmo sem existir concretamente. Ele passa a existir para você. Isso basta, não?

Um mundo existindo para você, é o bastante pois ele se encontra dentro de você, e não fora. Sendo assim, você poderá carregá-lo para onde for. Ele não sumirá dentro de um guarda-roupa ou no fundo de um quadro. Ele sempre estará dentro do seu coração, de onde ninguém poderá arrancá-lo.

Guarde Nárnia sempre dentro do seu coração.

Por Nárnia e por Aslam!

(Bruna Amorim - País de Aslam: A Mensagem do Grande Leão)

Como diria Ripchip: Não nos resta nada, senão acreditar.